UROLÓGICOS
Recuperação espermáticaA recuperação espermática é um procedimento que trata de casos de azoospermia, ou seja, quando o espermograma constata a inexistência de espermatozoides no sêmen. Existem 5 métodos de recuperação espermática, e duas causas distintas de azoospermia:
Azoospermia obstrutiva é quando há a produção de espermatozoides, mas estes não chegam à ejaculação. As causas podem ser a ejaculação retrógrada ou a existência de um obstáculo nos testículos ou nos epidídimos (pequeno duto localizado no órgão reprodutor onde os espermatozoides produzidos pelos testículos são armazenados) decorrente por exemplo de uma infecção. Nesses casos, os métodos PESA e MESA são aplicados para extrair os espermatozoides dos epidídimos e posteriormente realizar a FIV/ICSI.
Azoospermia não obstrutiva é um caso um pouco mais delicado. Nela, não chega a ter uma produção espermática . As principais causas são problemas na produção dos hormônios da testosterona, LH (que ativa a produção da testosterona) e FSH (hormônio que inicia a produção de espermatozoides). O tratamento envolve a administração desses hormônios ao paciente e os métodos TESA, TESE e micro-TESE são utilizados para extrair espermatozoides diretamente dos testículos, de diferentes maneiras.
Vamos entender melhor cada um desses métodos a seguir:
Nessa técnica, a extração do espermatozoide é feita do epidídimo. São encontrados espermatozoides em 95% dos casos, mas se não forem encontrados na primeira extração, o procedimento é repetido. A PESA deverá ser sincronizada com o ciclo de FIV/ICSI ou para criopreservação.
Entre as indicações para esse tipo de extração estão pacientes submetidos à vasectomia ou pela obstrução dos canais deferentes.
Procedimento simples, com uma micro agulha. Não há incisão do escroto;
Não há necessidade de internação. A anestesia é local e não há necessidade de centro cirúrgico;
Baixo custo;
Menor trauma.
Nem sempre é possível fazer a extração;
Há a possibilidade de lesão do epidídimo, o que prejudica uma nova tentativa de PESA em outras ocasiões;
A quantidade de espermatozoides extraídos é baixa, suficientes para a FIV/ICSI, mas com poucas chances de criopreservação.
Nessa técnica, a extração do espermatozoide também é feita do epidídimo. Mas em vez do procedimento ser feito por uma fina agulha, é necessário um pequeno corte na região do escroto para que o epidídimo e os testículos fiquem expostos.
Depois do isolamento é que ocorre a extração dos espermatozoides. Com o auxílio de um microscópio cirúrgico é possível fazer a coleta de um dos túbulos do epidídimo.
A MESA também deverá ser sincronizada com o ciclo de FIV/ICSI ou para criopreservação.
Não há contaminação de sangue por conta do isolamento;
As chances de ocorrer lesão do epidídimo são menores, pois os túbulos abertos são suturados.
A quantidade de espermatozoides extraídos é maior, o que possibilita a criopreservação.
O procedimento é feito com uma incisão;
Há necessidade de internação do tipo hospital – dia;
A anestesia é do tipo bloqueio (raqui ou peridural), podendo haver necessidade de anestesia geral;
Custo mais alto por conta do centro cirúrgico, microscópio e fio de nylon para sutura;
Há a possibilidade de lesão do epidídimo, o que prejudica uma nova tentativa de MESA em outras ocasiões.
Esta técnica é utilizada quando se apresenta quadro de azoospermia não obstrutiva ou quando houve alguma falha de uma aspiração percutânea de epidídimo. É um procedimento simples, com a extração dos espermatozoides feita com uma agulha fina introduzida no testículo.
O procedimento é feito com anestesia local ou através de sedação endovenosa. São feitas de 6 a 8 incursões no interior do testículo e, após a retirada da agulha, o material aspirado é encaminhado ao laboratório para identificação e separação dos espermatozoides.
Embora seja um procedimento simples, apresenta uma baixa taxa de recuperação espermática.
É um procedimento sem incisão;
Não há necessidade de internação. A anestesia é local e não há necessidade de centro cirúrgico;
Baixo custo;
Menor trauma.
A quantidade de espermatozoides extraídos é baixa, suficientes para a FIV/ICSI, mas com poucas chances de criopreservação.
A TESE é uma biópsia aberta feita através de uma incisão de até 2 cm na região do escroto. Um pequeno fragmento testicular é retirado e enviado ao laboratório para avaliar se há a presença de espermatozoides ou não.
O procedimento é feito com anestesia local ou sedação, com a extração podendo ser feita somente em um dos testículos ou nos dois. Geralmente é realizado em sala de cirurgia.
A TESE deverá ser sincronizada com o ciclo de FIV/ICSI ou para criopreservação. Geralmente apenas um fragmento testicular é necessário para encontrar espermatozoides para ciclos de FIV/ICSI. Se for realizada antes do ciclo de FIV da mulher é possível antecipar a contratação de um banco de sêmen caso não sejam encontrados espermatozoides.
Não há necessidade de internação;
Anestesia local;
Obtenção segura do fragmento testicular.
O procedimento é feito com uma incisão;
Custo mais alto por conta do centro cirúrgico (biópsia aberta);
Maior trauma;
Risco maior de alterações agudas e crônica do que a Micro-Tese.
Assim como os demais procedimentos de recuperação espermática, o objetivo da Micro-Tese é encontrar espermatozoides e utilizar de forma sincronizada com o ciclo de FIV/ICSI ou para criopreservação.
Trata-se de uma biópsia aberta, mas diferentemente da TESE (que é feita a olho nu) utiliza-se um microscópio cirúrgico com aumento de até 25x. Dessa forma aumentam as chances de encontrar os túbulos seminíferos e, consequentemente, encontrar onde a produção de espermatozoides está mais ativa.
Se na análise feita com o material colhido do primeiro testículo não for identificado nenhum espermatozoide, o cirurgião faz a incisão no outro testículo para que o biólogo, ainda na sala de cirurgia, avalie o material extraído.
Apesar de ser um procedimento mais longo e que requer anestesia geral, a taxa de sucesso desta técnica pode chegar a 60%. E se durante a cirurgia não forem encontrados espermatozoides, o procedimento pode ser repetido com um mínimo de 6 meses para que o paciente possa se recuperar.
Não há contaminação de sangue por conta do isolamento;
É confiável – melhor método para azoospermia não obstrutiva;
A quantidade de espermatozoides extraídos é maior, o que possibilita a criopreservação.
O procedimento é feito com uma incisão;
Há necessidade de internação do tipo hospital – dia;
A anestesia é do tipo bloqueio (raqui ou peridural) ou geral;
Custo mais alto por conta do centro cirúrgico, microscópio e fio de nylon para sutura;
Requer cirurgião com experiência e habilidade microcirúrgica;
Necessário fazer repouso pós operatório, pois os testículos ficam doloridos por até 3 dias;
Pós operatório requer cuidados com a região, com bolsa de gelo nas primeiras 24h.
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