A doação de óvulos, também chamada de ovodoação, consiste na cessão de óvulos de uma mulher para outra, de forma anônima e voluntária, para que estes sejam fecundados por FIV/ICSI e, posteriormente, implantados no útero da receptora, para que ela possa fazer a gestação e gerar o filho.
Mulheres a partir dos 35 anos sofrem com uma redução do seu potencial fértil, o que muitas vezes pode ser a causa das falhas nos tratamentos de reprodução assistida realizados por ela. Nesses casos, a doação de óvulos pode ser a solução para evitar resultados negativos em mulheres mais maduras.
Como funciona a doação?
As próprias clínicas especializadas em reprodução mantém um registro permanente das doadoras, com os dados clínicos gerais e características físicas, visto que elas também são mulheres que passaram pelos processos de FIV/ICSI e produziram óvulos sobressalentes que não chegaram a ser utilizados. Esses óvulos são então armazenados por criopreservação na clínica, à espera de uma receptora que os utilize para fecundá-los e implantá-los em seu útero.
Doadora e receptora também podem começar o tratamento juntas, sem necessidade de congelamento dos óvulos. A doadora realiza a indução da ovulação, enquanto a receptora passa por um tratamento para preparo do endométrio (camada interna do útero) antes de receber os embriões. Esse preparo é feito com os hormônios do ciclo natural, ou seja, primeiro o estrogênio seguido da progesterona.
Em ambos os casos, os óvulos doados são fecundados em laboratório pelos espermatozoides do marido ou parceiro da receptora. Dois embriões formados são então transferidos para o útero da receptora normalmente no terceiro ou quinto dia de desenvolvimento celular. O teste de gravidez é realizado de 9 a 12 dias depois.
O índice de sucesso deste tratamento é alto, sendo em torno de 55%. Os principais fatores para essa elevada chance de sucesso são a baixa idade da doadora e o endométrio da receptora, que será preparado sem interferência dos hormônios utilizados na superovulação.
Requisitos para as doadoras
- Ausência de histórico de doença genética na família;
- Ausência de histórico de doenças sexualmente transmissíveis;
- Ter no máximo de 35 anos;
- Tipo físico, sanguíneo e fator Rh compatíveis com a receptora;
- Ausência de doenças infectocontagiosas;
- Ter bom potencial ovariano;
- Total sigilo, anonimato e confidencialidade;
- Ter hábitos de vida saudáveis: não fumar, evitar a bebida, ter sono regular e se alimentar bem.
Indicações gerais para a doação de óvulos:
- Casais homoafetivos masculinos;
- Pacientes que não tenham mais óvulos devido a menopausa natural ou secundária por conta de algum tratamento como quimioterapia e radioterapia;
- Mulheres com idade avançada que apresentam óvulos com qualidade insuficiente para formar embriões com capacidade de implantação;
- Pacientes que não obtiveram sucessos nas tentativas de fertilização in vitro.