Estimulação Ovariana

 

 

 

A estimulação ovariana é uma das mais importantes ferramentas de combate contra a infertilidade feminina, e consiste no estímulo dos folículos ovarianos (responsáveis pela produção dos óvulos) através da dosagem controlada de hormônios. Essa técnica é requisito imprescindível para qualquer método de reprodução assistida, quer estejamos falando de indução de ovulação, inseminação intrauterina (IIU) ou FIV/ICSI, com diferentes graus de intensidade em cada caso.

Como funciona?

Cada um dos folículos ovarianos contém um óvulo potencial em seu interior. Em um ciclo menstrual natural, controlado por hormônios dos próprios ovários ou da hipófise, muitos folículos estão preparados para crescerem, se romperem e liberarem os óvulos. Contudo, apenas um deles é liberado por ciclo, e os outros folículos simplesmente se perdem.

A estimulação ovariana, realizada com hormônios similares aos naturais porém em maior dose, permite justamente que esses folículos, ao invés de serem desperdiçados, produzam seus óvulos. Estes podem ser aproveitados no momento para a concepção ou até mesmo congelados para uso futuro (criopreservação). De qualquer forma, as chances de fecundação e de gravidez aumentam consideravelmente.

Nos tratamentos de indução da ovulação e IIU, o objetivo é a estimulação ovariana de apenas 1 a 3 folículos para ovulação. Já na FIV/ICSI o objetivo é a estimulação da maioria dos folículos disponíveis naquele ciclo. As medicações para uso são diversas e para cada caso uma medicação e dose específica é definida. Os médicos especialistas também acompanham as respostas da paciente à estimulação através de ultrassonografias transvaginais, podendo, assim, controlar e ajustar as doses de hormônio conforme for o caso.

Um risco: Síndrome de Hiperestímulo do Ovário (SHO)

Quando a estimulação ovariana resulta em uma resposta excessiva nos ovários, induzindo mais de 20 folículos à ovulação, é o que chamamos de Síndrome de Hiperestímulo do Ovário, ou SHO. Uma grande concentração de estrogênio, decorrente da resposta folicular adversa, provoca uma série de sintomas na paciente: ovários hipertrofiados e concentração de líquido na região abdominal são as mais comuns.

Nesse estágio, é necessário o acompanhamento de um médico especialista, que vai ajustar a dosagem de hormônios e oferecer um tratamento especializado.

Vale lembrar também que a gestação não pode ocorrer no ciclo em que a paciente desenvolver SHO, então todos os óvulos produzidos deverão ser congelados (freeze-all) para serem fertilizados e implantados em outro ciclo.