Inseminação Intrauterina (IIU)

O que é Inseminação Intrauterina?

A Inseminação Intrauterina, conhecida popularmente como Inseminação Artificial, é um tratamento de reprodução assistida de baixa complexidade que consiste na colocação de espermatozoides móveis dentro da cavidade uterina durante o processo de ovulação. A fecundação (união do espermatozoide com o óvulo) ocorre de forma natural, na tuba uterina, não sendo necessário qualquer procedimento para retirada/manipulação de óvulos a nível laboratorial. A ovulação para permitir o processo de inseminação pode ocorrer através da estimulação hormonal ou até mesmo com ciclo natural (de forma espontânea). 

Quando está indicada a inseminação?

A inseminação artificial pode ser o tratamento inicial para casais com dificuldade em engravidar nas seguintes situações:

  • Alterações na ovulação: Ausência ou redução da frequência da ovulação, situação muito comum em pacientes com Síndrome do Ovário Policístico;
  • Causas masculinas leves: Homens sem alterações significativas no espermograma, porém com contagem adequada de número de espermatozoides móveis.
  • Produção Independente: Onde é necessário o uso de sêmen de banco de doadores.
  • Alguns casos de endometriose (formas mínimas ou leve);
  • Alguns casos de infertilidade sem causa aparente.

Como é realizada a inseminação artificial?

A Inseminação Intrauterina, normalmente acontece em três etapas de procedimentos: estimulação ovarianaprocessamento seminal e a inseminação intrauterina propriamente dita.

 

  1. Estimulação Ovariana: No inicio do ciclo menstrual é realizada uma ultrassonografia para avaliar os ovários e dar início às medicações que irão estimular o crescimento de folículos, que promovem a ovulação. Em teoria, dentro do folículo em crescimento será formado um óvulo. Todo esse processo é acompanhando por exame ultrassonográfico seriado para, dessa forma, termos maiores garantias de que a ovulação se aproxima. Quando o maior folículo atinge um tamanho adequado, outra medicação (gonadotrofina coriônica humana – hCG) é administrada com o propósito de desencadear de forma efetiva  a ovulação, que ocorre 36 horas depois do uso do hCG. Todo o processo de estimulação ovariana até a ovulação ocorre, em média, entre 9 e 13 dias.
  2. Processamento Seminal: Normalmente, duas horas antes da mulher realizar o procedimento de inseminação intrauterina, o sêmen do homem é recolhido através da masturbação e é enviado ao laboratório, onde o líquido seminal é separado dos espermatozoides e há uma seleção daqueles que são dotados de maior qualidade e melhor motilidade. Apenas o concentrado de  espermatozoides será introduzido na cavidade uterina mais tarde.
  3. Inseminação: O momento da inseminação habitualmente ocorre 36 horas depois do uso do hCG e após a coleta e processamento do sêmen. Com o auxílio de um cateter, a solução com o preparo dos espermatozoides é inserida na cavidade uterina após o cateter ultrapassar o colo do útero. O conteúdo seminal é depositado a 2cm da parede do uterina.

 

Qual a taxa de sucesso da inseminação?

A taxa de gravidez na inseminação é relativamente baixa quando comparada às taxas da fertilização in vitro, porém, de forma acumulativa, ou seja, após múltiplas tentativas, os números podem ser melhorados. Atualmente, o sucesso pode ser alcançado entre 15 e 20% dos casos em cada ciclo. De forma acumulada (após 3 ciclos), a taxa de sucesso se aproxima de 30% nos melhores casos. Estudos realizados na Europa e nos Estados Unidos observaram que a taxa de bebê em casa varia de acordo com a idade da mulher, como indica a tabela abaixo:

 

 

Vale ressaltar que esta técnica não é indicada para todos os casos de infertilidade. Mulheres com problemas anatômicos das trompas e homens com alterações seminais significativas não devam recorrer a este tipo de tratamento.